Matemática Computacional UFMG – Estudar x Trabalhar
Este texto fala sobre as dificuldades de estudar na UFMG e trabalhar.
Bem, estudar na federal e trabalhar, como todo mundo sabe, não está entre as tarefas mais simples de conciliar não.
Tem cursos em que isto é quase impossível, pois a carga horária não deixa tempo de sobra.
Na Matemática Computacional existe a vantagem de uma carga horária menor, o que facilita conseguir um estágio.
Em compensação, o nível de dificuldade crescente a cada período muda bastante esta história.
Acho que a decisão deve partir dos objetivos de cada um.
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Por exemplo: eu já trabalhava com eletrônica antes de entrar na MatComp, e a empresa em que trabalho flexibilizou totalmente o horário para atender às minhas necessidades. Mesmo assim trabalho 36 horas por semana, e estou quase no fim do curso.
Certamente isso não se encontra em qualquer empresa, logo preferi continuar a trabalhar.
O meu RSG não passou muito longe de 3 em nenhum semestre, e agora no fim do curso sinto claramente as conseqüências por não ter feito o “ciclo básico” com mais dedicação. Talvez a idéia da dificuldade crescente seja apenas uma percepção de vários alunos que também não tiveram uma base sólida no começo, por qualquer que tenha sido o motivo.
Mas antes de decidir, pensei muito a respeito disso.
Conversei com pessoas mais experientes, pedi opiniões e decidi por continuar estudando e trabalhando, até porque o lado financeiro não é tão simples de resolver de outra maneira.
Algumas coisas que pesaram bastante na minha decisão foram:
- sempre gostei de computação e eletrônica, e trabalho na área, que tem tudo a ver com o curso de Matemática Computacional.
- precisei de matemática avançada várias vezes para resolver problemas no trabalho e com isso percebi que o curso de Matemática Computacional da UFMG preencheria essa lacuna.
- o mercado de trabalho exclui cada vez mais aqueles que se formam com pouca ou nenhuma experiência profissional.
- a área acadêmica é restrita em termos de atividades profissionais e os resultados do trabalho são a longo prazo, quando ocorrem.
- através das disciplinas optativas, pude direcionar o curso para as necessidades profissionais, de forma que o tempo usado no trabalho estudando e trabalhando a respeito de assunto também fosse útil para ser aprovado e aprender a disciplina.
Bem, com várias vantagens acima, parece que pra mim a decisão foi simples, visto que já sabia que seguir a área acadêmica ficaria cada vez mais distante.
Na minha opinião a área acadêmica é uma opção para poucos.
Realmente é necessário um bom histórico e um conhecimento realmente sólido para acompanhar as disciplinas, o que dificilmente é conseguido por alguém que precise trabalhar durante o curso.
Então, se você pretende ter um emprego melhor quando formar, não fique só estudando.
Há várias empresas que dão essa oportunidade.
Nenhuma empresa que ensinar “if..else” pra ninguém, mas não é preciso saber muito para conseguir um estágio que lhe permita adquirir experiência e conhecimentos. É preciso de dedicar e vestir a camisa da empresa.
Você não vai mesmo ficar rico antes de formar, dificilmente. Talvez depois que formar você fique, mas sair da faculdade não faz as portas se abrirem assim de repente, nem seu salário duplicar simplesmente porque você “se formou”. Talvez em concursos públicos algo assim aconteça, mas aí é outra estória.
O trabalho durante a faculdade tem o objetivo de aprendizado. Um bom dinheiro “se vier é lucro”. E mesmo assim vai vir depois de um tempo.
Falando assim parece que desprezo completamente o mestrado e doutorado.
Mas não é bem assim não. Mesmo fora da faculdade todos estes diplomas têm seu valor também. Em vários financiamentos existentes, é necessária a representação da empresa por pessoas com um determinado grau de titulação, como critério para escolha de quais empresas serão contempladas. Em alguns concursos públicos, o mestrado e doutorado são exigências, ou contam pontos para o candidato. Enfim, o mercado está cada vez mais competitivo, e quando a escolha por candidatos começa a ficar muito acirrada, esses critérios são cada vez mais utilizados.
Lembrem-se por exemplo do concurso para Auditor Fiscal da Receita Federal, que de repente passou a exigir curso superior, sendo que as atribulações do cargo mudaram pouco.
Enfim, como disseram nos e-mails anteriores, estudem e juntem dinheiro enquanto podem. Agora é a hora de se esforçar, porque ainda se tem tempo e pique. Seja no mestrado ou nas empresas por aí. O que for escolhido, faça com toda a dedicação possível, leve a sério.
Mas não escolha pensando no agora, pense no futuro. Ganhar dinheiro agora pode não ajudar muito daqui a 5 ou 10 anos. É hora de plantar, colher é mais tarde.
Sobre o autor
Profissional de TI com mais de 20 anos de experiência na indústria. Bacharel em Matemática Computacional, sempre aprendendo sobre tecnologia, jogos, desenvolvimento de software e automação. É criador do site Palpite Digital onde compartilha conhecimentos desde 2007!
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